Ato II  

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Ato II – Mansão do Barão.

Gostaria de começar esse Ato falando um pouco sobre algo que deixei ausente no ato anterior: Menethor, o mais velho do grupo e o único com real experiência de aventuras.
Menethor foi um soldado de Cormyr, por muito tempo viveu sua vida nesse cargo, mas naqueles dias era apenas um homem com a idade já avançada, que trabalhava como mercenário com um pequeno grupo de comparsas. Triste fim de carreira para alguém, não? Ele também pensava da mesma maneira. Naquela ocasião, Menethor e seus homens foram contratados para fazer a escolta no transporte do artefato da Igreja de Lathander até a cidade de Arabel.

Voltando ao foco principal, o grupo havia partido de Waterdeep e viajado por boas horas, até dias. Eu poucas vezes vi pessoas tão diferentes, que mal se conheciam e que possuíam vontades tão distintas caminharem por um mesmo objetivo sem ao menos terem qualquer relação, por menor que fosse. Deixando isso a parte, em uma das noites de viagem uma jovem garota apareceu. Loira, bonita, uma bela imagem pra um grupo de cinco homens tensos e desconfiados. Mesmo assim, somente Razeel sentiu-se compelido a atender o pedido de ajuda que aquela garota veio a fazer,  dizendo que a caravana em que estava junto com suas irmãs havia sido atacada por mortos-vivos e que os sobreviventes estavam encurralados em uma mansão abandonada alí perto. Esse ato corajoso de Razeel levou o grupo a uma situação que explicarei a seguir. E vale lembrar que não culpo tanto Razeel, mas a verdade é que ele foi  muito ironizado quando tudo isso terminou. Eu tenho certeza que não existiam segundas intenções da parte dele, afinal ele era apenas um jovem inocente.

Desapegando-me dos inúmeros detalhes, lhes digo que eles partiram à mansão, e eu pude ver uma das cenas mais mirabolantes e certamente desconfortáveis de minha existência. Duas dezenas de mortos vivos rondavam a tal mansão onde as irmãs da jovem garota estavam esperando para serem salvas e Kadir foi o responsável por distrair aquelas criaturas. Como? Dando voltas na casa e atraindo para si os mortos-vivos, montado em seu dromedário (que sempre foi sua fiel montaria e que foi comprado por Eldon no mesmo leilão em que Kadir estava sendo vendido). E lá ficou o pobre homem por um longo tempo nesta perigosa brincadeira, enquanto os demais adentravam à mansão para resgatar os sobreviventes.

Aparte disso e dentro da casa, o grupo se viu obrigado a enfrentar dezenas de mortos-vivos, e pior que isso, descobriu que na verdade as três irmãs eram gêmeas, e que as três eram uma espécie de bruxa, ou pelo menos era o que eles acreditavam. Eu já as conhecia, e elas terão outras aparições, algumas até importantes daqui pra frente, não se esqueçam disso. Conheceram também  um Gnomo servo de Shar que eles ajudaram a fugir. Esta figura deixou dúvidas na cabeça do grupo, afinal, um clérigo de Shar simpático e aparentemente inofensivo é algo a se duvidar, não? E por fim, descobriram que um Barão vivia ali, e que este estava aprisionado em sua própria morada. Deixe-me dizer um pouco mais sobre isso.

O Barão, como ficou conhecido pelos personagens do grupo, havia sido aprisionado em sua própria casa a 100 anos atrás por um mago chamado Khelben. O problema é que nenhum dos cinco sabiam quem era Khelben, mais conhecido como O Cajado Negro, e eu posso dizer, se Khelben realmente fez isso, o Barão devia ser algo a se temer... mesmo. Poucas vezes vi magos poderosos como Khelben, até comparável a Elminster e minha irmã Simbul. Foi ali também que descobri que ele estava morto. Khelben morto? Perdi horas e horas imaginando como, e mais, imaginando as conseqüências que isso traria a Toril. Contarei sobre isso muitas páginas a frente, a morte de Khelben e o Barão ainda terão seus ápices futuramente.

De qualquer forma essas informações passaram diante dos até então inocentes e despreparados aventureiros e eles conseguiram escapar da tal mansão, após combater uma das bruxas. Vale dizer que o grupo só conseguiu se safar graças à astúcia de Eldon, depois de ele ter cometido uma estupidez. Por falar nele, a sua curiosidade fez com que ele tivesse o primeiro contato comigo, foi quando tive a oportunidade de me manifestar pela primeira vez diante dos olhos de um deles, e tinha que ser do pequeno Halfling.

Já do lado de fora, encurralados por outra das poderosas bruxas, que por algum motivo queria a pedra que eles carregavam, Eldon entregou o artefato à ela, e quando viu que a pedra havia causado um dano devastador à criatura maligna, rapidamente pegou de volta o objeto e fugiu. Nenhuma criatura que tivesse qualquer maldade no coração era capaz de carrega-la sem perder a vida, foi o que quase custou a vida da bruxa e foi isso que os salvou naquela noite. Porém, este contato com a bruxa fez com que a pedra se partisse em cinco pedaços.

Passados os perigos e acampando durante a noite, eles finalmente tiveram a primeira conversa sobre tudo que se passava como homens, como aventureiros, pois até agora eram um grupo de pessoas desconhecidas que não faziam questão alguma de se conhecerem. Talvez imaginavam que Cormyr fosse ali do lado, que chegariam em um dia de viagem e então não precisariam mais um do outro. Foi quando mantive novamente contato com Eldon e, desta vez também com Menethor e pedi a eles que dividissem os fragmentos entre os cinco membros da comitiva. Quando assim o fizeram, eu finalmente pude aparecer e sauda-los, como esperava fazer a algumas noites.

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